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Notícia - Conselho Regional de Química - IV Região

Notícia 

 


Beirute: armazenamento prolongado pode ter contribuído para mega explosão


 

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A explosão de grandes proporções que ocorreu ontem em um hangar do porto de Beirute (Líbano) chamou a atenção do mundo todo para o nitrato de amônio. Um total de 2.750 toneladas do composto estava há sete anos estocado, tempo demasiadamente longo que aumenta os riscos de um acidente.

 

Na avaliação do Engenheiro Químico Lauro Pereira Dias, conselheiro do CRQ-IV e que foi chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro, o fato de o nitrato de amônio ter ficado durante um tempo excessivamente prolongado em uma área portuária, com alto índice de umidade, contribuiu junto com outros fatores para a tragédia.

 

Segundo ele, o nitrato de amônio é altamente estável. Porém, para que se tenha segurança na armazenagem, é necessário que o composto esteja em local isolado, seco e isento de materiais orgânicos, como óleos lubrificantes e combustíveis, e afastado de materiais inflamáveis ou fontes de calor.

O nitrato de amônio é utilizado nas indústrias de fertilizantes, explosivos e químico-farmacêuticas. Quando misturado com materiais orgânicos, adquire uma propriedade explosiva, mas com grande estabilidade. Porém, quando submetida a altas temperaturas, tende a instabilizar-se, ocasionando uma explosão com força equivalente a 60% do TNT (trinitrotolueno).

 

O especialista, que também é 1º Secretário do CRQ-IV, recomenda que seja feita uma revisão em todos os depósitos de nitrato de amônio a fim de verificar se esse armazenamento está sendo feito de forma compatível com as normas, principalmente pelo fato de que a mistura do nitrato com um material como o óleo diesel, por exemplo, já cria um produto explosivo, porém estável, instabilizando-se por uma alta temperatura causada por um incêndio ao redor. Dessa forma, verifica-se, segundo Lauro, a necessidade da presença de um Profissional da Química para atestar e responsabilizar-se pela compatibilidade dos produtos armazenados.
 

Origens - De acordo com matéria publicada pelo Estadão, a rede de televisão árabe Al Jazeera rastreou a origem do nitrato de amônio, que chegou ao porto de Beirute em setembro de 2013, trazido pelo navio de carga Rhosus, de propriedade russa com bandeira da Moldávia, que partiu do porto de Batumi (Geórgia) com destino a Moçambique. Em razão de problemas técnicos, o navio atracou em Beirute, mas não foi liberado pelas autoridades locais e acabou tendo a carga abandonada pelos proprietários e pela tripulação, ficando armazenada em um dos hangares do porto da capital libanesa. 

A história dessa embarcação já havia sido relatada em uma newsletter do site especializado
Shiparrested, publicada em outubro de 2015. Clique aqui para ter acesso ao conteúdo (arquivo PDF em inglês).

 

Em artigo publicado hoje em sua coluna, o jornalista Jamil Chade dá uma outra versão sobre a origem da carga. Citando documento elaborado ontem, Chade informa que o nitrato de amônio estava em um navio de bandeira turca, que teve sua carga apreendida em abril de 2012. O confisco ocorreu no porto de Trípoli, quando autoridades libanesas desconfiaram de que a material iria para "grupos de oposição armada na Síria".

 


Publicado em 05/08/2020

Atualizado em 06/08/2020




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