II Fórum de Ensino Superior aborda água e sustentabilidade
Promovida pela Comissão de Ensino Superior do Conselho Regional de Química - IV Região (CRQ-IV), com o apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp), a segunda edição do
Fórum de Ensino Superior da Área Química aconteceu nesta sexta-feira, na sede do CRQ-IV. Com o tema "Sustentabilidade e Inovações Tecnológicas na Área Química", o evento, voltado para representantes de curso, docentes, coordenadores de curso, alunos de graduação e pós-graduação de cursos da área química, foi dividido em dois blocos ("Água", no período da manhã, e "Sustentabilidade", à tarde).
Na abertura, a coordenadora das Comissões Técnicas do Conselho, a Engenheira Química Andrea Mariano, apresentou a abrangência da atuação da entidade, incluindo iniciativas como o
Programa Selo de Qualidade, o
Programa de Divulgação da Química e as diversas
publicações que propõem currículos para cursos de nível superior. Em relação ao Selo, a coordenadora destacou que a certificação direcionada a cursos de Licenciatura ainda está em fase de elaboração por parte da Comissão de Ensino Superior, devendo ser lançada em 2016.
Clique aqui para obter mais informações sobre o Selo para cursos de Bacharelado e Engenharia.
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Renata Gasperi, da Sanasa, falou sobre reúso de efluentes domésticos |
"Desafios de tratamento de esgotos domésticos com qualidade para reúso" foi o tema da primeira palestra do bloco que teve a água como tema central. A Engenheira Civil Renata de Lima Pereira de Gasperi, coordenadora de tratamento de esgoto da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas, apresentou obras realizadas pela empresa visando a reutilização de água. "Em um contexto de pouca disponibilidade hídrica, o reúso de efluentes tratados se torna fundamental. Para atender a essa demanda, é necessária a utilização de tecnologias mais modernas de remoção de poluentes", ressaltou.
Em seguida, o Bacharel em Química José Eduardo Bevilacqua, que atua na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), detalhou inovações tecnológicas na utilização de resíduos sólidos para a produção de energia. Ele descreveu projetos da área, como a Unidade de Recuperação Energética (URE) desenvolvida em Barueri. O empreendimento reúne tecnologias ambientalmente adequadas e seguras para transformar os resíduos não encaminhados para reciclagem em energia elétrica. Segundo Bevilacqua, o potencial da URE Barueri é expressivo, pois terá capacidade para tratar 825 toneladas de lixo por dia e gerar 17 MWh de energia já no início de sua operação, prevista para começar ainda este ano. "A unidade evitará a emissão de 900 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera", salientou o Químico. Encerrando o primeiro bloco, o professor Wilson Jardim, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), falou sobre remoção de poluentes emergentes em águas superficiais.
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Karem Marquez abordou o ensino de Química Ambiental |
No período da tarde, o bloco sobre sustentabilidade foi iniciado pelo Químico Industrial Laércio Kutianski Romeiro, integrante da Comissão de Meio Ambiente do CRQ-IV. Em sua palestra, o foco foi Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), metodologia desenvolvida para definir o perfil ambiental de um produto ou processo, envolvendo desde os recursos naturais utilizados na fabricação até os impactos sobre o meio ambiente.
Complementando o segundo ciclo do evento, a Bacharel e Licenciada em Química Karem Soraia Garcia Marquez, integrante da Comissão de Ensino Superior do Conselho, analisou a dimensão ambiental na formação dos Químicos. De acordo com ela, que é professora na Fundação Santo André, "a disciplina de Química Ambiental levou muito tempo para ser integrada às grades curriculares. Em cursos de Bacharelado com Atribuições Tecnológicas, o conteúdo é transmitido no quinto ano da formação, após o aluno ter cursado as disciplinas que trabalham os conhecimentos básicos de Química Geral e Inorgânica e Físico-Química, entre outros", explicou. Para a docente, isso é importante, pois dessa forma o entendimento dos conceitos apresentados nas aulas de Química Ambiental são mais bem assimilados.
Nos dois blocos, o encerramento foi marcado por mesas-redondas com os palestrantes abertas a perguntas do público.
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Publicado em 23/10/2015
Atualizado em 28/10/2015