Polímeros em destaque no IV Fórum de Ensino Superior
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Quarta edição do Fórum de Ensino Superior teve cerca de 80 participantes |
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Lucilene de Paiva, do IPT, falou sobre polímeros convencionais |
O panorama atual da utilização de polímeros e as perspectivas para o futuro estiveram em pauta na quarta edição do Fórum de Ensino Superior da Área Química, evento organizado pela Comissão de Ensino Superior do CRQ-IV com apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp). O auditório do Conselho recebeu cerca de 80 pessoas, entre diretores de escolas, coordenadores de cursos, professores e estudantes.
Na abertura, a Engenheira Química Andrea Mariano, coordenadora das Comissões Técnicas do CRQ-IV, apresentou informações sobre a atuação da entidade e destacou o papel da Comissão de Ensino Superior no desenvolvimento de propostas para currículos de cursos de Bacharelado em Química e em Química Tecnológica, além da criação, em 2013, do Selo de Qualidade para cursos superiores da área química.
Dividido em dois blocos, o Fórum teve, no período da manhã, um conjunto de apresentações que abordou conceitos básicos. Na primeira palestra, a Bacharel em Química Lucilene Betega de Paiva, do Núcleo de Biomanufatura do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), falou sobre a evolução histórica da utilização de materiais polímeros e plásticos, tendo como alguns dos principais tópicos a classificação, a produção e o consumo de polímeros convencionais, em especial os termoplásticos, que podem ser reciclados várias vezes utilizando-se altas temperaturas.
A segunda apresentação, sobre polímeros biodegradáveis, foi conduzida pelo Engenheiro de Materiais Guilhermino Fechine, professor e pesquisador da Universidade Mackenzie. Segundo ele, a utilização de polímeros desse tipo se fundamenta na busca por um desenvolvimento sustentável, que concilie progresso econômico com proteção ambiental ao evitar o acúmulo de plásticos descartados incorretamente. Fechine, no entanto, fez uma ressalva. "É importante lembrar que utilizar fontes renováveis por si só não garante um baixo impacto ambiental. Deve-se avaliar o processo de produção, a performance técnica e suas opções de descarte", referindo-se ao processo de Análise de Ciclo de Vida (ACV).
O primeiro bloco foi encerrado pela pesquisadora Maria Filomena de Andrade Rodrigues, também do IPT, com o tema "Plásticos biodegradáveis de origem bacteriana: desenvolvimento da produção, biodegradação e desafios". A palestrante apresentou pesquisas desenvolvidas no Instituto com base na biotecnologia, em um trabalho multidisciplinar que reúne conhecimentos das áreas de Química, Biologia e Engenharia, formando assim uma infraestrutura para processos biotecnológicos. Conforme a pesquisadora, questões ambientais, como a dificuldade de reciclagem de alguns materiais, aumentam a demanda por biopolímeros que possam substituir plásticos convencionais. Um dos exemplos mostrados foi o plástico biodegradável feito a partir da cana-de-açúcar.
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André Munhoz ressaltou diversidade de aplicações de polímeros na medicina regenerativa |
No segundo bloco, à tarde, as diversas aplicações de polímeros na atualidade permearam as apresentações. O ciclo foi aberto por André Luiz Jardini Munhoz, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biofabricação (Biofabris), instalado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foram descritas algumas das técnicas de fabricação desenvolvidas pelo Biofabris, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) mantidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Um dos principais objetivos desse INCT é sintetizar biomateriais que possam ser utilizados nas áreas médica e odontológica para o desenvolvimento de próteses e órgãos artificiais.
Em seguida, o professor e pesquisador Marco Aurelio De Paoli, do Instituto de Química da Universidade de Campinas, apresentou termoplásticos reforçados com fibras de celulose obtidas a partir de eucaliptos, uma alternativa ambientalmente sustentável a compósitos tradicionais, como as fibras de carbono e de vidro. A disponibilidade da celulose (um dos polímeros mais abundantes no planeta, juntamente com a lignina, que pode ser usada como antioxidante) proporciona vantagens como um custo inferior de produção, baixo impacto ambiental, além de menores índices de densidade e abrasividade. Contudo, De Paoli assinalou a existência de desafios ainda a serem superados, visando a produção em larga escala.
A programação de palestras foi concluída por Mônica Freire Dias Martins, da empresa Solvay, que falou sobre aplicações dos polímeros de alta performance. Ressaltando a versatilidade dessa categoria de materiais, que podem ser utilizados em setores como o aeroespacial e o automobilístico, a profissional mostrou vantagens proporcionadas nas áreas médica e farmacêutica, tais como a proteção conferida por embalagens de medicamentos feitas com os denominados "polímeros de alta barreira".
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Osvaldo Costa Neto, de Tietê, trabalha com polímeros na área têxtil |
Amplitude - Técnico em Química com experiência na área têxtil, Osvaldo Costa Neto, de Tietê, atualmente é estudante de Licenciatura em Química e buscou no Fórum agregar mais conhecimentos sobre os materiais poliméricos. "Trabalho com polímeros tanto na produção de roupas, principalmente com poliamidas, quanto no tratamento de água. O evento foi muito interessante por ter sido uma oportunidade para sair do mundo teórico e ir para a prática, mostrando o quanto esses materiais são utilizados hoje em dia em tantas áreas diferentes", relatou.
Os arquivos com as apresentações dos palestrantes podem ser baixados na seção Downloads.
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Publicado em 20/10/2017
Atualizado em 23/10/2017