Química Forense em pauta no VI Fórum de Ensino Superior
|
Cerca de 170 estudantes, professores, representantes de curso e profissionais acompanharam o evento no auditório do CRQ-IV |
A sexta edição do Fórum de Ensino Superior da Área Química, promovida pelo CRQ-IV na sexta-feira (18), teve a Química Forense e seus diversos ramos de atuação como tema geral do ciclo de palestras. Com um público formado por cerca de 170 pessoas, entre estudantes, professores, representantes de curso e profissionais do setor, o evento teve o patrocínio da Thermo Fisher Scientific e o apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp).
Na abertura, conduzida pela Engenheira Química Andrea Mariano, coordenadora das Comissões Técnicas do Conselho, foram apresentadas iniciativas da Comissão de Ensino Superior (CTES), responsável pela organização do fórum, com destaque para o programa Selo de Qualidade, lançado em 2013 como uma forma de reconhecer a excelência de cursos superiores da área química.
|
Márcia Guekezian, da CTES, coordenou os trabalhos do Fórum |
|
A professora Márcia Guekezian, membro da CTES, foi a coordenadora do evento. Em sua palestra, apresentou um panorama geral da atuação dos químicos na área forense, com ênfase em setores como balística, criminologia e toxicologia. Após o Fórum, comentou sobre a importância de se promover um evento com esse foco e o mercado de trabalho. "Os alunos da atual geração manifestam grande interesse pelo assunto, especialmente devido a seriados com essa temática. Por meio das palestras, foi possível mostrar a realidade da Química Forense e seus campos de atuação", destacou a professora, que aponta uma demanda crescente por profissionais não apenas no segmento de investigação criminal.
Segundo ela, há oportunidades nas esferas pública (por meio de concursos) e privada, com destaque para a área ambiental, onde um químico forense pode atuar, por exemplo, no tratamento de efluentes industriais ou na minimização dos impactos decorrentes do vazamento de rejeitos de mineração. Também é possível ministrar aulas em cursos de nível superior e atuar no meio judicial, onde profissionais podem oferecer assistência na resolução de casos que envolvam a área química. Nesse sentido, visando contribuir com o Poder Judiciário, o CRQ-IV mantém desde 2014 o Cadastro de Peritos.
Em termos de formação necessária para aumentar as chances de empregabilidade, Márcia salientou que a formação mínima exigida é o Bacharelado em Química, sendo também recomendável uma pós-graduação (especialização ou mestrado e doutorado).
O bloco do período da manhã teve ainda palestras do Químico Murilo Piton Paulon e da Engenheira Química Eliane Baruch, ambos peritos criminais da Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo. Enquanto Eliane apresentou os diversos tipos de teste de balística aplicados em investigações, o papel do perito e aspectos da perícia química foram ressaltados por Paulon, como a realização de exames em locais ou objetos, visando a obtenção de provas materiais para responder a questões que possam elucidar casos. "O perito é o responsável pela formação da prova técnica, apresentada na forma de laudo pericial", salientou o palestrante.
|
|
Aquino: "campo para assistentes técnicos ainda é pouco explorado" |
No período da tarde, as drogas de abuso (maconha, cocaína, crack, entre outras) foram objetos da palestra de Elvis Medeiros de Aquino, também perito da Superintendência da Polícia Técnico-Científica. Entrevistado após o evento, ele ressaltou que o mercado para assistentes técnicos (ou pareceristas, que são contratados por partes envolvidas em processos judiciais) ainda é pouco explorado pelos químicos, embora já exista no Brasil há pouco mais de dez anos.
"Para atuar como assistente técnico, são necessários conhecimentos em Química Analítica, particularmente em análises instrumentais voltadas para a área forense. Vale a pena investir nesse tipo de formação por se tratar de um campo bastante promissor", recomendou. Ele também frisou que a área de toxicologia possui demanda significativa por profissionais qualificados, citando como exemplos a atuação na esfera esportiva em testes anti-doping e em pesquisas para desenvolvimento de fármacos.
Os químicos Luciana Pataro (Thermo Fisher Scientific) e Romão Beserra Junior (Agilent Technologies Brasil) complementaram o ciclo de palestras do Fórum com apresentações de técnicas analíticas, tais como a cromatografia e a espectrometria de massas, e de equipamentos utilizados na área forense. Ao final de ambos os blocos, foram promovidas mesas de perguntas com os palestrantes, abertas a participação do público.
Os arquivos que tiveram a liberação autorizada por palestrantes estão disponíveis na seção Downloads.
Confira a galeria de fotos do evento na página do CRQ-IV no Facebook.
Publicado em 18/10/2019
Atualizado em 21/10/2019