Fórum de Ensino Superior discute aplicações e desafios da nanotecnologia
Fotos: CRQ-IV
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Rodada de perguntas aos palestrantes do evento, transmitido virtualmente pelo aplicativo Zoom, foi aberta a perguntas do público |
A Comissão Técnica de Ensino Superior (CTES) do CRQ-IV promoveu hoje (23) a sétima edição do Fórum de Ensino Superior da Área Química. Neste ano, o evento reuniu cerca de 90 participantes, entre professores, representantes de curso e estudantes, e tratou da ampla gama de aplicações da nanotecnologia na atualidade e os desafios para sua consolidação nas mais diferentes áreas, como as de saúde e ambiental. A iniciativa teve o apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp).
Mediado por Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, membro da CTES e professora da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, o Fórum teve palestras dos docentes Jairo José Pedrotti (Mackenzie) e Henrique Eisi Toma (USP), e também do Químico Gustavo Simões, cofundador e CEO da Nanox, empresa especializada no desenvolvimento de materiais inteligentes.
Segundo a Engenheira Química Andrea Mariano, coordenadora das comissões técnicas do Conselho, reunir representantes da academia e do mercado, intermediando o acesso de alunos e docentes às mais recentes tendências nos diferentes campos abrangidos pela Química, sempre foi o foco do evento, realizado desde 2014 na sede do CRQ-IV e que, pela primeira vez, em razão das medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19, foi promovido virtualmente, por meio do aplicativo Zoom Cloud Meetings.
A primeira palestra foi ministrada pelo professor Jairo José Pedrotti e abordou nanomateriais aplicados a sensores eletroquímicos. Aplicados em diversas áreas - ambiental, biológica, farmacêutica etc. -, esses nanossensores são utilizados, por exemplo, para a realização de controle de qualidade. O docente da Escola de Engenharia do Mackenzie apontou vantagens de se empregar materiais como o grafeno em escala nanométrica (que possuem estruturas com dimensões de 1 a 100 nanômetros). Para se ter uma ideia, um nanômetro equivale à bilionésima parte de um metro, ou 10-9 m.
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Toma: tendência da nanotecnologia é se tornar supramolecular |
Em seguida, Gustavo Simões, da Nanox, falou sobre nanoestruturas de prata para desinfecção. A utilização da prata como agente microbiano para eliminar microrganismos é antiga, segundo o Químico, que citou como exemplo a aplicação em filtros de tratamento de água. Além de suportar altas temperaturas e de ter alto desempenho mesmo em uma baixa concentração, o elemento pode ser incorporado a diferentes materiais, como polímeros, para criar materiais híbridos aditivados com um desempenho superior. Simões mostrou resultados de testes realizados com aditivos desenvolvidos pela Nanox. Um deles foi capaz de eliminar 99% do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da Covid-19.
Encerrando o ciclo de palestras, o professor Henrique Eisi Toma, vencedor dos prêmios Fritz Feigl (em 2001) e CRQ-IV (em 1970, como estudante, e em 2004 e 2017, como orientador), falou sobre a evolução da nanotecnologia ao longo das últimas décadas, com destaque para a busca pela consolidação da "nanotecnologia supramolecular" que, segundo ele, permite o desenvolvimento de "moléculas inteligentes" e, assim, viabiliza processos químicos altamente organizados e ganhos expressivos de eficiência com a automontagem de estruturas moleculares, por exemplo.
Ao final do evento, foi promovida uma rodada de perguntas do público aos palestrantes. A matéria completa sobre o Fórum poderá ser conferida na próxima edição do Informativo CRQ-IV, a ser publicada em dezembro.
Publicado em 23/10/2020
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