Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 
Notícia - Conselho Regional de Química - IV Região

Notícia 

 


Tendas de ozônio não têm eficácia comprovada, diz comissão

Gratis.png

Em complemento à nota oficial divulgada recentemente por Conselho Federal de Química (CFQ), Conselho Regional de Química - 4ª Região (CRQ-IV) e Associação Brasileira de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (ABIPLA), e cujas recomendações foram referendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Comissão Técnica de Saneantes (CTSan) do CRQ-IV elaborou um Informe Técnico contestando a eficácia do uso de cabines ou túneis de desinfecção de pessoas que usam ozônio como agente para supostamente eliminar o Covid-19. Datado de 08/05/2020, o documento também adverte que o uso incorreto desse elemento químico pode provocar graves danos à saúde dos usuários.

De acordo com o estudo, o ozônio é um gás composto por três átomos de oxigênio. Sua principal característica é a de ser um potente oxidante. Qualquer aplicação de ozônio, por sua alta instabilidade, exige, em geral, sua produção no local, "in situ". Os equipamentos geradores de ozônio normalmente o produzem a partir do ar atmosférico. Entretanto, esta forma de captação do oxigênio é imprópria para aplicações controladas, já que de forma subsidiária haverá geração de outros componentes danosos, como N2O2 (dióxido de dinitrogênio), HNO3 (ácido nítrico), entre outros. Somente a produção de ozônio a partir de oxigênio medicinal puro é segura porque garante a ausência de gases indesejados ou poluentes.

O documento explica que dentre as aplicações mais conhecidas do ozônio estão o tratamento e desinfecção de águas para o consumo humano; a ozonioterapia, que é um tipo de terapia complementar para o tratamento de várias doenças e que deve ser realizada sob supervisão médica; e o tratamento de águas de piscinas, onde o gás age como bactericida, algicida, fungicida e viricida, com ação mais poderosa e rápida que o cloro. Tal potencial, contudo, exige a definição e acompanhamento de parâmetros de controle para que não ocorra irritação à pele, olhos ou as mucosas dos usuários.

A CTSan ressalta que o grau de periculosidade do ozônio varia de acordo com a sua forma de apresentação. Como gás, ele é altamente oxidante e comburente, o que significa que pode gerar incêndios e explosões se entrar em contato com materiais combustíveis. Essas propriedades degradam compostos orgânicos e inorgânicos, atacando proteínas, lipídios, microrganismos e prejudicando o crescimento de vegetais. A exposição leve e moderada de pessoas ao gás ozônio produz danos ao trato respiratório superior e irritação ocular (por exemplo: lacrimação, queimação dos olhos e gargantas, tosse improdutiva, dor de cabeça, dor subesternal, irrigação brônquica, gosto e cheio acre).  O organismo está sujeito a danos gravíssimos se submetido a altas exposições ao gás.

O ozônio também pode ser encontrado na forma de solução aquosa, que dentro das condições controladas e utilizada de maneira correta é considerada segura. Esse tipo de solução é indicada para o uso tópico no tratamento de lesões de origem infecciosa e lesões herpéticas. Também pode ser aplicada em bochechos por pacientes com problemas periondontais. O ozônio aquoso tem uma potente ação antimicrobiana, comparável ao hipoclorito de sódio 2,5%. É importante saber, porém, que essa ação só proporciona os efeitos citados se for produzida com água de elevado grau de pureza. É recomendável o uso de água bidestilada e em baixas temperaturas.

Além de estar fora do enquadramento sanitário vigente, o Informe Técnico alerta que o uso do ozônio para desinfecção de pessoas deve ser respaldados em estudos preliminares conduzidos por profissionais qualificados de forma a evitar riscos. Até o momento, desconhece-se que tais estudos tenham sido realizados.

A comissão lembra, também, que o Covid-19 é transmitido por vias respiratórias, que não são atingidas durante os supostos processos de desinfecção realizados nas tendas, podendo levar a população a uma falsa crença de segurança, agravando a propagação do vírus.

Por fim, o documento lembra que a pele é uma grande barreira do corpo humano que impede a penetração de alguns patógenos. Sua exposição repetitiva a produtos químicos pode gerar fragilidades e favorecer a penetração de microrganismos no corpo.
 
Clique aqui para ler a íntegra do Informe Técnico, assinado pelos profissionais Andrea de Batista Mariano, Assesio Fachini Junior e
Miguel Antônio Sinkunas.

Publicado em 13/05/2020



Voltar para a relação de matérias

 

 

 

 


 

Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região