Mesa-redonda discute a Química Verde na área de saneantes
Palestrantes debateram inovações que priorizam a sustentabilidade nos processos produtivos
Maior produtividade com menor utilização de matérias-primas, além de redução de impactos ambientais por meio de processos como a reciclagem. Estes foram alguns dos princípios discutidos durante a mesa-redonda com o tema "Química Verde - Área de Saneantes", realizada na sede do CRQ-IV nesta terça-feira pela Comissão de Saneantes da entidade, com apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp). O evento reuniu Responsáveis Técnicos, profissionais da área de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), marketing e empresários.
Mariana Corrêa é consultora na Oxiteno
Os debates foram precedidos de três apresentações. A primeira ficou a cargo do mediador, o Químico Miguel Antônio Sinkunas, integrante da Comissão de Saneantes do Conselho. Além de apresentar os 12 princípios que regem a Química Verde, Sinkunas ressaltou a busca por meios eficientes de reciclar embalagens como uma das principais preocupações das empresas do setor na atualidade.
Em seguida, o cientista-líder de P&D da multinacional Croda no Brasil, o Bacharel em Química Tecnológica Matheus Coldibelli, apresentou inovações feitas pela empresa como fornecedora de produtos químicos especiais para as indústrias cosmética, farmacêutica, de limpeza doméstica, aditivos para polímeros, entre outras. Para ele, a implantação de processos sustentáveis em uma indústria pode ser feita de forma gradativa, sempre tendo como meta o conjunto de procedimentos conhecido como "ecoeficiência", que busca maior produtividade com menor utilização de recursos.
A terceira palestra foi apresentada pela Engenheira Química Mariana Pacheco Corrêa, consultora na área de Desenvolvimento de Novos Negócios e Produtos da Oxiteno, multinacional brasileira fabricante de tensoativos e produtos químicos especializados. Ela apontou tendências para o futuro, como o desenvolvimento de uma "química híbrida", que combina a química tradicional com a biologia sintética. Como exemplo, citou a utilização de microrganismos como biocatalisadores, visando a redução do número de etapas necessárias para a conclusão de processos químicos. "O modelo BiSNR - Biologia Sintética, Nanotecnologia e Robótica - é visto como muito promissor para garantir uma química mais sustentável, que só poderá ser alcançada pela união de competências", salientou.
Divulgação
Princípios - A Química Verde engloba conceitos de sustentabilidade, de saúde e de manejo inteligente dos recursos, gerando reduções significativas na emissão e no descarte de resíduos. A modalidade está presente na otimização de processos e na menor utilização de energia dentro da cadeia produtiva, na logística e na reciclagem de materiais.
Os 12 princípios da Química Verde são os seguintes: prevenção; economia de átomos; sínteses com compostos de menor toxicidade; desenvolvimento de compostos seguros; diminuição de solventes e auxiliares; eficiência energética; uso de substâncias recicladas; redução de derivativos; catálise; desenvolvimento de compostos para degradação; análise em tempo real para a prevenção da poluição; e química segura para a prevenção de acidentes.
Livro - Os participantes ganharam exemplares do livro "Biomassa para Química Verde" (foto à direita), que teve como editor técnico o Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas Sílvio Vaz Júnior, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Agroenergia da Embrapa. A publicação analisa o potencial técnico-econômico da utilização da biomassa como matéria-prima para a Química, a partir da visão da Química Verde (clique aqui para obter mais informações).
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