Nobel de Química vai para cientistas responsáveis por "tesoura genética"
A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta quarta-feira (7) que a francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer A. Doudna foram as vencedoras do Prêmio Nobel de Química 2020 pelas pesquisas que desenvolveram a "tesoura genética", como é conhecida a tecnologia CRISPR/Cas9, que permite edições altamente precisas do DNA de animais, vegetais e microrganismos.
Em seu comunicado oficial, a Fundação Nobel destacou que "esta tecnologia tem tido um impacto revolucionário nas Ciências da Vida, contribuindo para novas terapias para o tratamento de câncer e podem fazer o sonho de curar doenças hereditárias se tornar realidade".
Foi a primeira vez na história da premiação que duas mulheres foram contempladas em conjunto. Ambas se juntam a uma ainda restrita galeria de pesquisadoras que receberam o Prêmio Nobel de Química: antes delas, somente Marie Curie (1911, que também venceu o Nobel de Física em 1903), Irène Joliot-Curie (1935, filha de Marie Curie que dividiu o prêmio com o marido, Frédéric Joliot), Dorothy Crowfoot Hodgkin (1964), Ada Yonath (2009) e Frances H. Arnold (2018) haviam recebido a láurea.
Nascida no ano de 1968 em Juvisy-sur-Orge (França), a microbiologista e imunologista Emmanuelle Charpentier é PhD pelo Instituto Pasteur de Paris e diretora da Unidade Max Planck para a Ciência de Patógenos em Berlim (Alemanha).
A bioquímica e bióloga molecular Jennifer A. Doudna nasceu em 1964 na capital dos EUA, Washington (DC). É PhD pela Escola Médica de Harvard (EUA), professora da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), e pesquisadora do Instituto Médico Howard Hughes.
A dupla irá dividir igualmente o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 6,2 milhões). Pela primeira vez desde 1944, a cerimônia presencial de entrega não será realizada, em razão da pandemia de Covid-19. As laureadas receberão as premiações em seus países de origem, por meio de um evento on-line a ser promovido em 10 de dezembro.
Acesse o site da Fundação Nobel para obter mais detalhes (em inglês) e confira a reportagem completa sobre o Prêmio Nobel de Química de 2020 na edição nº 165 (setembro/outubro) doInformativo CRQ-IV, a ser lançada em breve.