Revelado o segredo do violino Stradivarius
Pesquisa confirma a teoria de um professor da Texas A&M University e mostra que os produtos químicos usados para embeber a madeira de violinos foram os responsáveis por seus sons incríveis
Håkan Svensson/ Wikipedia
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Violino Stradivarius da coleção do Palácio Real de Madrid (1687)
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Uma nova pesquisa desenvolvida com a coautoria de Joseph Nagyvary, cientista da Texas A&M University, confirmou que o renomado fabricante de violinos Antonio Stradivari e outros tratavam seus instrumentos com vários produtos químicos, que acabaram sendo responsáveis por seus sons únicos.
Liderada por Hwan-Ching Tai, professor de química da National Taiwan University, o trabalho identificou pela primeira vez essas substâncias. Os resultados foram publicados no Angewandte Chemie, principal jornal de química da Alemanha.
Joseph Nagyvary, professor de bioquímica da Texas A&M, foi o primeiro a propor a teoria de que os produtos aplicados nos violinos com o intuito de protegê-los das infestações de vermes na época - não tanto a habilidade de fazer o instrumento em si - foi a razão pela qual Stradivari e outros, como Guarneri del Gesu, fizeram instrumentos que produziam sons inigualáveis.
“Todas as minhas pesquisas de muitos anos se basearam no pressuposto de que a madeira dos grandes mestres passou por um tratamento químico agressivo e isso teve um papel direto na criação do grande som do Stradivarius e do Guarneri”, disse Nagyvary.
As descobertas da equipe de pesquisa mostram que bórax, zinco, cobre e alúmen - junto com água de cal - foram usados para tratar a madeira dos instrumentos. “O bórax tem uma longa história como conservante,
Arquivo pessoal Joseph Nagyvary
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Nagyvary segura um violino e uma viola com escala em madeira de choupo |
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que remonta aos antigos egípcios, que o usavam na mumificação e mais tarde como inseticida”, disse Nagyvary.
Segundo ele, Stradivari e Guarneri poderiam ter percebido que os produtos que usavam proteger a madeira também conferiam a ela alguma resistência mecânica benéfica e vantagens acústicas, métodos que foram mantidos em segredo.
O professor afirma que outras pesquisas são necessárias para esclarecer mais detalhes sobre como os produtos químicos ajudaram a produzir uma qualidade de som tão puro.
“Primeiro, são necessárias várias dezenas de amostras, não apenas de Stradivari e Guarneri, mas também de outros fabricantes do Período Dourado (1660-1750) de Cremona, Itália”, disse ele. “Terá de haver uma maior cooperação entre os restauradores, donos de instrumentos musicais antigos, os fabricantes de nosso tempo e os cientistas que estão realizando os experimentos”.
Nagyvary esteve envolvido com pesquisas relacionadas aos violinos durante grande parte de seus 87 anos. Ele aprendeu a tocar na Suíça em um instrumento que pertenceu a Albert Einstein.
Com informações da Texas A&M University
Disponível em: https://is.gd/texas_uni
Publicado em 19/08/2021
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