A classificação internacional da ONU e a classificação feita pelo IBGE aqui no Brasil incluem as fábricas de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes entre as indústrias químicas. Nessas empresas, os químicos atuam tanto na formulação quanto no controle de qualidade das matérias-primas e do produto final.
Com seu conhecimento sobre as propriedades das substâncias, os profissionais da química contribuem com a indústria coméstica, indicando quais delas devem ser usadas para cada tipo de produto. Assim, descobriu-se que as características fundamentais dos produtos esfoliantes podem ser obtidas com o emprego da sílica; as das maquiagens, com sais de boro; as dos protetores solares, com dióxido de titânio; as dos produtos para tratamento de acne, com óxido de zinco.
O trabalho dos químicos na indústria cosmética não se limita a aplicar fórmulas, mas consiste também em pesquisar e desenolver novos produtos, essenciais para garantir o espaço da empresa no mercado. Uma das maiores fábricas de cosméticos do Brasil registrou que 63% de seu faturamento de 2004 veio de produtos lançados nos dois anos anteriores. Por isso, esta e muitas outras empresas investem constantemente na inovação e ampliação de sua linha de produtos.
Outra função vital do químico nas indústrias do setor é o controle de qualidade da água, sua matéria-prima principal, tanto do ponto de vista químico quanto microbiológico. Para a produção de cosméticos, é necessária a avaliação diária do pH, condutividade e teor da substância antimicrobiana utilizada na sua descontaminação. Se houver um descuido no controle de qualidade, a água pode chegar à linha de produção com altas concentrações de cálcio, magnésio, ferro e zinco, entre outros. Em loções pós-barba, por exemplo, tais substâncias podem provocar a formação de resíduos que comprometem a qualidade do produto.