Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 
Elementos Químicos - Fósforo - Conselho Regional de Química - IV Região

Elementos Químicos - Fósforo 

 



Fósforo

Imagem de kropekk_pl por Pixabay


Tem fósforo no palito de fósforo?

Vera Regina Leopoldo Constantino*

A resposta para essa pergunta é... “Não, não há fósforo (P) no palito de fósforo”. O que encontramos naquela parte chamada de cabeça do palito de fósforo não é fósforo (P) mas um agente oxidante (como o clorato de potássio), um combustível (como o enxofre) e aditivos (como um aglutinante). O fósforo na forma de substância simples (P), por questões de segurança, está presente apenas na superfície de fricção (lixa) das caixas de fósforo de segurança.

Muitas transformações químicas acontecem rapidamente a partir do momento que o palito é atritado. Ao raspar a cabeça do fósforo na lixa, o calor gerado no atrito ativa a reação de oxidação do fósforo (P) pelo oxigênio do ar, liberando calor suficiente para provocar reações envolvendo as substâncias no palito. Assim, transformações no clorato de potássio e no enxofre produzem calor suficiente para a queima da madeira do palito (e também o óxido de enxofre de cheiro característico).

O fósforo na forma de substância simples (P) não é encontrado na natureza. Esse elemento químico, presente somente na crosta terrestre, é encontrado na forma de fosfatos (isto é, combinado com oxigênio), ocupando o décimo-primeiro lugar no que diz respeito a abundância. É da rocha fosfática (que possui fosfatos de cálcio) que se extrai o fosfato para fabricação de fertilizantes, destino de aproximadamente 90% da rocha. Os dez por cento restantes se destinam à obtenção do fósforo elementar (P) a partir do qual se produzem compostos de alta pureza utilizados nas indústrias farmacêutica e alimentícia.

Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), China, Estados Unidos e Marrocos são responsáveis por 73% da produção mundial de rocha fosfática enquanto o Brasil produz 3%. As reservas de rocha fosfática são finitas e a sua extração e processamento ineficientes podem comprometer a produção de fertilizantes e, consequentemente, de alimentos no mundo.

Nos seres vivos, várias moléculas importantes (como os ácidos nucléicos DNA e RNA, adenosina trifosfato ou ATP e os fosfolipídios) e biominerais (como ossos e dentes) possuem fósforo em suas estruturas, de modo que esse elemento é vital para a manutenção da vida. O processo de absorção e eliminação de fosfato no organismo é frequente: estamos constantemente absorvendo e eliminando fosfatos. Nós obtemos o fósforo do alimento que ingerimos, que por sua vez vem dos fertilizantes usados nas lavouras.

Foi justamente do fosfato presente na urina que o alquimista alemão Henning Brandt produziu, pela primeira vez, em 1669, o fósforo na forma simples ou elementar (P). A substância produzida queimava na presença do ar liberando muita luz. Por isso, o elemento acabou recebendo o nome “fósforo” (do grego phosphorus) que significa “portador de luz”.

O fósforo elementar (P) pode apresentar estruturas diferentes, conhecidas como os fósforos branco (altamente reativo), vermelho (presente na lixa das caixas de fósforo) e preto.

O fósforo preto possui uma estrutura em camadas como o grafite, que pode ser esfoliada para obtenção do fosforeno, um material de fósforo análogo ao grafeno (isto é, possui uma camada monoatômica de fósforo). Assim como o grafeno, os estudos com fosforeno crescem a cada dia em razão de propriedades importantes como o caráter semicondutor.

*Docente do Instituto de Química da USP.


Referências

https://www.acs.org/content/acs/en/pressroom/reactions/videos/2016/the-chemistry-of-matches-in-slow-motion.html, acessado em 06 de dezembro de 2018.

Chemistry of Elements, N. N. Greenwood e A. Earnshaw, Butterworth-Heinemann Ltd., Cambridge, 1995.

Departamento Nacional de Produção Mineral. Sumário Mineral. Coordenadores: T. M. Lima e C. A. R. Neves; Brasília: DNPM, 2016. 135 p.; http://www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015, acessado em 06 de dezembro de 2018.

http://www.rsc.org/periodic-table/video/15/Phosphorus?videoid=LSYLUat03A4, acessado em 06 de dezembro de 2018.

http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/06/16/menos-perda-de-energia/; acessado em 06 de dezembro de 2018.




QuímicaViva
é uma iniciativa da Comissão Técnica de Divulgação do Conselho Regional de Química - IV Região (SP). Os textos podem ser reproduzidos desde que previamente autorizados e com a citação da fonte. Colaborações, dúvidas ou críticas podem ser enviadas para crq4.comunica@gmail.com.





Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região