Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 
Elementos Químicos - Radônio - Conselho Regional de Química - IV Região

Elementos Químicos - Radônio 

 


Radônio

Confira também os artigos sobre o Hélio e os demais gases nobres (Neônio, Argônio, Criptônio e Xenônio)

 

Vera Regina Leopoldo Constantino*
 

OpenIcons/Pixabay

O gás radônio pertence ao grupo dos gases nobres e, como os demais elementos dessa família, é incolor, inodoro e inerte [saiba mais sobre o hélio e também a respeito de outros elementos que compõem o grupo]. Porém, ao contrário dos demais, esse gás é radioativo [1]. Isso significa que seu núcleo se modifica espontaneamente, emitindo radiação (por exemplo, partículas alfa, que são núcleos de átomos de hélio) para se tornar mais estável.

Entre os anos 1899 e 1900, os cientistas Ernest Rutherford e Robert Owens observaram a liberação de um gás radioativo de amostra de tório enquanto o casal Pierre e Marie Curie detectou a liberação de um gás, também radioativo, de amostra de rádio [1,2]. Um pouco mais tarde, Friedrich Dorn também observou que um gás se acumulava dentro de uma ampola do elemento rádio. Em todas essas observações, formava-se o mesmo gás, radônio, mas com diferentes massas (conhecidos como isótopos).

No decaimento radioativo do tório, forma-se o Rn-220 (lê-se “radônio de massa 220”), que possui meia vida de 56 segundos; já no decaimento do rádio, é obtido o isótopo mais estável, o Rd-222 de meia vida de 3,8 dias. Meia-vida é o tempo necessário para que a metade do número inicial dos núcleos se desintegre. As propriedades do radônio foram investigadas por William Ramsay e Robert Whytlaw-Gray em 1908, quando obtiveram quantidades adequadas para a sua caracterização. O nome radônio (do latim radonium, que significa “derivado do rádio”) foi dado ao elemento em 1923 pela International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC).

O radônio é o gás mais denso conhecido (9,73 g/L contra 1,2 g/L do ar seco). Sua quantidade é muitíssimo baixa (traços) na atmosfera terrestre. Como mencionado, ele se forma na crosta terrestre a partir do decaimento radioativo de elementos químicos que compõem as rochas (urânio, que decai para rádio que, por sua vez, forma o isótopo mais estável do radônio). Uma vez formado, o gás pode escapar por entre as fendas das rochas e atingir o solo, água e edificações [3]. A Comissão Internacional de Proteção Radiológica informa que aproximadamente 55% da radiação que incide sobre as pessoas é proveniente do radônio [3]. Contudo, a quantidade de radônio no ar atmosférico pode variar uma vez que depende da composição das rochas e do solo do local. A sua presença pode causar problemas de saúde, uma vez que se desintegra emitindo partículas alfa. A partícula alfa que se origina fora do corpo humano não traz riscos à saúde, mas se o gás radônio for inalado, a emissão de partículas alfa nos pulmões pode provocar processos mutagênicos.

Depois do tabagismo, o radônio é a principal causa de câncer de pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde [4,5]. Não há problemas se o gás se dispersar no ar, atingindo baixas concentrações. Porém, haverá prejuízo se o radônio se concentrar em ambientes confinados como minas e cavernas, e em edificações como casas ou escritórios (os materiais de construção como areia e cimento também podem possuir urânio e seus derivados radioativos). Para mitigar problemas causados pelo radônio em ambientes fechados, é necessário manter o local ventilado e selar fendas ou rachaduras no piso ou paredes. Há dosadores de radônio disponíveis para uso. Maior atenção deve ser dada às edificações construídas em terrenos de risco (como aqueles em regiões ricas em minério de urânio). Vemos, então, outra diferença entre os outros gases nobres e o radônio: enquanto os primeiros são atóxicos, o Rn pode ser tóxico se os cuidados citados acima não forem considerados.



Referências


[1] J. Emsley, Nature?s Building Blocks: An A-Z Guide to the Elements, Oxford University Press, 2011.

[2] https://www.rsc.org/periodic-table/element/86/radon, acessado em 25 de fevereiro de 2020.

[3] R.A. Petta, T.F.C. Campos, O gás radônio e suas implicações para a saúde pública, Revista de Geologia, 2013, 26(2), 7-18. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/geologia/article/view/1007.

[4] https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/radon-and-health, acessado em 25 de fevereiro de 2020.

[5] https://drauziovarella.uol.com.br/cancer/radonio-e-fator-de-risco-para-cancer-de-pulmao/, acessado em 25 de fevereiro de 2020.

 

*Docente do Instituto de Química da USP.
 

Publicado em 01/02/2021
 



QuímicaViva
é uma iniciativa da Comissão Técnica de Divulgação do Conselho Regional de Química - IV Região (SP). Os textos podem ser reproduzidos desde que previamente autorizados e com a citação da fonte. Colaborações, dúvidas ou críticas podem ser enviadas para crq4.comunica@gmail.com.





Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região