Colaborador de comissões está entre entrevistados de reportagem do Estadão
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Lima Filho é conselheiro federal suplente e colaborador do CRQ-IV |
O conselheiro federal suplente e colaborador das comissões técnicas de Saneantes e Química Farmacêutica do CRQ-IV, Ubiracir Fernandes Lima Filho, foi um dos especialistas entrevistados pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão) para uma reportagem que falou sobre o risco do uso prolongado do ibuprofeno e da codeína levarem à morte dos pacientes, conforme advertência tornada pública pelo Comitê de Avaliação e Risco de Farmacoviligância da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Segundo o órgão, podem ser graves os danos gastrointestinais e aos rins, podendo levar à morte do paciente. Por isso, na última reunião mensal, ocorrida dia 30/09, o comitê decidiu pela alteração do prospecto de drogas que combinam codeína e ibuprofeno para incluir um aviso de "dano grave, incluindo morte, especialmente quando tomado por períodos prolongados em doses maiores que os recomendados", salientou o comunicado.
De acordo com a reportagem, "o comitê revisou vários casos de toxicidade renal, distúrbios gastrointestinais e metabólicos que foram relatados em associação com casos de abuso e dependência de codeína com combinações de ibuprofeno, alguns dos quais foram fatais", acrescentou o órgão. As medicações que combinam um opioide (codeína) e um anti-inflamatório (ibuprofeno) são usadas para tratar a dor, mas o comitê observa que o seu uso repetido pode levar ao vício e ao abuso devido ao componente codeína.
Para Lima Filho, trata-se de um alerta importante emitido pela agência europeia. "A exemplo das nitrosaminas, possível contaminante que apresenta certa toxicidade, e presente em alguns medicamentos da classe das "sartanas" (valsartana e outros) quando de uso prolongado. Acredito que mediante este alerta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá estudar medidas preventivas para a associação do ibuprofeno com a codeína", avaliou o representante do Sistema CFQ/CRQs. Procurada, a agência reguladora ainda não se posicionou.
"O monitoramento destes pacientes deverá ser mais frequente para tomadas de decisões específicas, principalmente para observações para sinais de danos renais e gastrointestinais. Mas, sempre, antes da utilização de medicamentos, especialmente em casos de utilizações complementares, que sejam lidas as bulas. E claro, sempre ter indicação e acompanhamento de profissional médico", alertou Lima Filho.
Ainda segundo o especialista, os medicamentos formulados com estes IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos) podem variar entre diferentes fabricantes. Entretanto, os demais componentes, chamados tecnicamente de excipientes ou insumos não ativos, não seriam vinculados ao alerta farmacológico emitido pela agência europeia, relata a matéria do Estadão.
"As estruturas químicas dos próprios insumos ativos, em altas doses ou uso prolongado, frequência destes IFAs no organismo, poderiam causar interações indesejadas, resultando naqueles danos renais e gastrointestinais alertado pela agência europeia", concluiu o membro associado da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e colaborador das comissões técnicas de Química Farmacêutica e de Saneantes do CRQ-IV (SP).
Clique aqui para ler a integra da reportagem.
Publicado em 06/10/2022
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