Nobel de Química 2014 vai para criadores da "nanoscopia"
Matt Staley/HHMI
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Bernd Schuler/Max-Planck-Institut
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K. Lowder
via Wikimedia Commons, CC-BY-SA-3.0
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Eric Betzig |
Stefan Hell |
William Moerner |
A Real Academia de Ciências da Suécia conferiu a três pesquisadores o Prêmio Nobel de Química 2014. Foram laureados nesta quarta-feira dois americanos - Eric Betzig (Howard Hughes Medical Institute, da Virginia - EUA) e William Moerner (Universidade Stanford, da Califórnia - EUA) - e o alemão Stefan Hell (Instituto Max Planck para Química Biofísica, de Göttingen, e Centro Alemão de Pesquisa de Câncer, de Heidelberg, ambos da Alemanha) pelo desenvolvimento de técnicas que aumentaram de forma significativa a capacidade de se observar processos biológicos em nível molecular. Os três cientistas dividirão o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (o equivalente a R$ 2,64 milhões), que será entregue no dia 10 de dezembro.
Antes dessas técnicas, acreditava-se que não seria possível ultrapassar o limite de 0,2 micrômetro para a resolução máxima da microscopia óptica, estipulado em 1873 pelo físico alemão Ernst Abbe. Os trabalhos de Hell, Betzig e Moerner levaram ao advento da chamada "nanoscopia", ou seja, a microscopia em escala nanométrica.
Em 2000, Stefan Hell apresentou o método de microscopia de depleção por emissão estimulada (STED, na sigla em inglês), que consiste na utilização de dois raios laser: um para estimular o brilho fluorescente de moléculas e outro para retirar a fluorescência fora da área de observação (figura 1). Já Eric Betzig e William Moerner, trabalhando separadamente, criaram outra técnica (utilizada pela primeira vez em 2006), que se baseia na justaposição de imagens de moléculas individuais com e sem fluorescência (figura 2). O resultado é uma visualização estrutural em alta resolução.
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Figura 1: microscopia STED (clique para aumentar)
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Figura 2: técnica de Betzig e Moerner (clique para aumentar)
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As duas técnicas permitiram uma série de avanços na área médica. Atualmente, são utilizadas para se observar como ocorrem as sinapses entre células do sistema nervoso e o comportamento de proteínas em pessoas com doenças como Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer, entre outras diversas aplicações.